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baixa de Luanda

baixa de Luanda
A demarcação e herança cultural de Luanda reflecte inevitavelmente as suas memórias erguidas, algumas apenas presentes em imagens do passado enxertado de outras culturas transeuntes.

Baixa de Luanda 2

Baixa de Luanda 2
Devemos, para melhor as compreender, aceitar que são consequências de experiências e que a Arquitectura de cada cidade conta a história, sobre como o embrião erguido nasceu para crescer educado e moldado a uma vida gerada por outras vidas de outra espécie, mas que são a génese do seu desenvolvimento.

Ritmo

Ritmo
Em Luanda, a Arquitectura Moderna é o que mais se respira, com marcos dignos de atenção, empoeirada, pouco valorizada, escondida por gigantes que correm para acompanhar o rápido e voraz desenvolvimento, a demonstrar o explodir de uma economia de uma cidade cheia de História digna de ser contada.

ritmo 2

ritmo 2
Habitação/Escritórios

Comercio

Comercio
A capital inicial de Angola era Mbanza-Congo, mas durante o Séc. XVI, Luandu começou a rivalizar a posição de foco de interesse europeu de expansão devido á sua localização e clima. A cidade, fundada em 1576, pelo Ndele Capitã Paulo Dias Novais, desenvolveu-se como um porto de comércio de escravos, defendida ao longo do Rio Cuanza por presidios, que em 1641 não resistiu aos ataques Holandeses aliados aos Batu, que só em 1648 entregariam a cidade aos portugueses, reconquistada pelo governador Salvador Correia de Sá Benavides, cheio do seu triunfo no Brasil, a baptizou como S. PAULO DE ASSUNÇÃO DE LUANDA, onde reinou durante 4 anos, iniciando a exportação de escravos angolanos para o Brasil.

Luandu

Luandu:as ilhas ao largo da costa estavam cheias de conchas e búzios cauri, considerados valiosos e usados como moeda de troca pelos africanos. Uma ilha particular constituía uma verdadeira casa de moeda para o rei do Congo. Essa ilha era Luandu, que significa tributo ou taxa, feita em conchas de cauri.

Ndele

Ndele:termo quimbundo para os europeus, chamados de senhores dos pássaros brancos, alusivo ás caravelas.

Forte S. Miguel

Forte S. Miguel
Podemos encontrar restos deste reinado nas fortificações típicas de defesa de um forte ponto comercial, actividade que desde sempre decidiu o rumo da cidade, na Fortaleza do Morro de São Miguel, na Fortaleza de São Pedro da Barra, o Forte São Francisco de Penedo, o Forte de Nossa S.ª da Guia e no Forte de Santo António.

Convento do Carmo

Convento do Carmo
A Arquitectura religiosa, ganhou o seu terreno associada a uma forte componente militar, característica desta época, pelo poder fortíssimo do clero e da necessidade de conversão de todas as religiões, pelo medo do desconhecido mas mais ainda pelo domínio de massas, sendo bons exemplos disso o Palácio do Antigo Governo-Geral, o Paço Episcopal e a Igreja do Carmo.

Igreja Marginal

Igreja Marginal
Igreja de São José|Igreja Hospital Josina Machel/Maria Pia|Igreja Nossa Senhora do Carmo

Sagrada Família

Sagrada Família
Sagrada Família

Comercio

Comercio
Partimos para a Conferência de Berlim (1884/1885) organizada para estabelecer regras de modo a organizar a ocupação de África pelas potências coloniais. Motivada pelo poder, não tendo presente a história e a cultura dos nativos deste continente, foi apresentada uma proposta, conhecida como Mapa Cor de Rosa, que unia Angola a Moçambique, com o intuito único de fortalecer as rotas comerciais.Esta decisão foi vetada por Inglaterra que tinha um aliança com Portugal, protegendo a independência deste em troca de privilégios navais e comerciais, evitou, devido á sua força bélica, que esta união fosse formada e arrecadou para a Grã-Bretanha toda a África Austral (África do Sul, Botswana, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabwe) deixando a Portugal duas colónias : Angola e Moçambique.

comercio2

comercio2
Entramos na era Colonial portuguesa numa abordagem económica ligada á agricultura e á consequente exploração do litoral, onde marca presença o fim da escravatura e o inicio do trabalhador contratado, mas mantendo nesta transição para a libertação económica uma forte exploração dos recursos do continente com uma consequência no desenvolvimento, que embora controverso é fundamental para o entendimento do Modernismo do pensamento Arquitectónico e Urbanístico da nossa actualidade.

predio

predio
A expansão sociocultural e económica, impulsionada pela propaganda religiosa, pela difusão da língua, o inicio da migração da população, levam ao rápido e massificado crescimento e transformação da morfologia das cidades e a uma consequente alteração do conceito de urbanismo, iniciando por exemplo, o hoje tão presente habitar de Luanda, conhecido como o Musseque.

Musseque

Musseque
Musseque: do Kimbundo Museke, é o nome dado á areia encarnada característica de Luanda. Passando a ser usado como referencia aos bairros periféricos da cidade por não terem as ruas pavimentadas.

cidade

cidade
Para esta reflexão aqui documentada, temos que fazer uma breve situação sobre o período do Estado Novo, onde é oficializado o Imperio Colonial Português, centrado na política e economia, com uma forte componente religiosa, numa altura pós a Segunda Grande Guerra, que obrigou muitos portugueses a construir a sua vida nas colónias, nomeadamente em Angola: os denominados países do Ultramar Português.

Mausoléu Agostinho Neto

Mausoléu Agostinho Neto
Mausoléu Agostinho Neto

AGOSTINHO NETO

AGOSTINHO NETO, 1º Presidente de Angola
1922|1979

Médico-poeta angolano formado na Universidade de Coimbra em Lisboa, Portugal e 1º Presidente de Angola é a figura que desempenha um papel decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada como a Guerra Colonial Portuguesa comandando as actividades políticas e de guerrilha.
BIOGRAFIA
1947|Inicia Curso de Medicina na Faculdade de Coimbra
1951| Preso em Estocolmo a reunir assinaturas para a Conferência Mundial da Paz.
1955| Preso pela PIDE por fazer parte do Movimento Activista da Juventude.
| Publicação dos seus poemas sobre as condições de vida do povo Angolano
1956| Aparecimento de movimentos patrióticos em Angola, contra um Portugal
fascista e obsoleto que se recusa a criar politicas neocolonialistas.
Entre operários e intelectuais progressistas, nasce o Movimento Popular
para a Libertação de Angola (MPLA), que o Médico-poeta viria a liderar.
1957|Eleito o prisioneiro político do ano, pela Amnistia Internacional.
1958|Termina o Curso de medicina e casa-se com Maria Eugénia.
Funda o Movimento anticolonial, MAC, em conjunto com elementos oriundos
de colónia portuguesas.
1959|Volta a Angola e torna-se presidente do MPLA.
1960|Preso pelo director da PIDE, no seu consultório médico em Luanda.
|Eleito Presidente Honorário do MPLA.
1961|4 de Fevereiro, MPLA toma de assalto prisões na tentativa de libertar os
prisioneiros de guerra, mas sem sucesso.
|É neste ano que internacionalmente a guerra colonial toma força devido a
uma fotografia que circula a impressa onde soldados portugueses sorriem
para uma câmara segurando uma cabeça negra decepada no topo de um pau.
1962|Devido á pressão internacional, é libertado mas tendo residência fixa em
Portugal. Sai clandestinamente para Kinshasa, onde integra o seu lugar na
presidência do MPLA.
1963|Inicia campanha internacional pela independência nacional, democracia e
progresso social de Angola.
Assina com Marcelo Caetano um cessar-fogo, possível pela queda do governo
de Salazar.
1975|11 de Novembro, proclama a independência de Angola e é eleito Presidente,
estabelecendo um regime mono-partidário, inspirado no modelo europeu.
1976|É atribuído Prémio Lenine da Paz.
1979|Morre em Moscovo após uma cirurgia a um cancro hepático.
É erguido em sua honra em Luanda o seu Mausoléu imagem das boas
relações que mantinha com a URSS.

Le coubusier

Le coubusier
Com a mudança aparecem pensadores com novas filosofias e, como sempre, a Arquitectura é uma forma física de ler a História e os novos movimentos, neste caso preconizados por nomes tão fortes como Kandinsky, Mondrian, Gropius, Le Coubusier, ou Frank Loyd Wright para purificar, inovar, iniciar uma nova era onde se alia a Arquitectura, o Urbanismo e o Design como uma forte vertente humana.

Ritmos Erguidos

Ritmos Erguidos
Ritmos Erguidos São Paulo

Prédio do Livro

Prédio do Livro
Prédio do Livro

Avenida

Avenida
Como todas as cidades após uma Grande Guerra, a palavra que melhor se enquadra nas necessidades é a renovação: a procura de um novo e melhor começo, de preferência que rompa com tudo o que relembra o passado

Habitação

Habitação
Habitação Barro Azul e Bairro de Alvalade

Habitação Bairro Miramar

Habitação Bairro Miramar
Habitação Miramar

Palácio de Ferro

Palácio de Ferro
Palácio de Ferro

GUSTAVE EIFFEL, ARQUITECTO

GUSTAVE EIFFEL, ARQUITECTO
1832|1923

Engenheiro de origem germânica, tem como obra mais conhecida a torre que desenhou para Paris, contudo são muitos os projectos que revelam a sua paixão pelos comboios e pelo metal que os incorpora: o ferro. É o caso do Palácio de Ferro, que hoje pertence ao Ministério da Cultura de Angola, que se supões tenha sido construído para a Exposição Universal de Paris de 1867, e que se perdeu quando era transportada para Madagáscar, tendo acabado por desembarcar em Luanda, e vendido em hasta pública, á Companhia Comercial de Angola no início do séc. XX. Embora o percurso até essa venda seja apenas especulativo.
PROJECTOS
1866|Palácio de Ferro, Paris.
1867|Esposição Universal de Paris, Paris.
|Estrutura metálica do Grand Palais, Paris.
18... |Estrutura Estátua da Liberdade
1877|Ponte Maria Pia, Porto, Portugal.
1889|Torre Eiffel, Paris.

Urbanismo

Urbanismo
Em 1948 nasce o Gabinete de Urbanização Colonial, de modo a regular a produção arquitectónica portuguesa, uma vez que a Arquitectura devia ser nacionalista e tecnicista. Aqui o movimento integra duas vertentes, a nacionalista, decorrente da arquitectura colonial com galerias exteriores cobertas, varandas cobertas, vãos em persiana, características que podemos encontrar em grandes edifícios públicos, onde resultam a ESCOLA SECUNDÁRIA MUTU YA KEVELA pela mão do arquitecto José Costa Silva ou o BANCO NACIONAL DE ANGOLA do arquitecto Vasco Regaleira.

escola

escola
Liceu Salvador Correia | Escola Mutu-ia-Kevela

JOSÉ COSTA SILVA, Arquitecto

JOSÉ COSTA SILVA, ARQUITECTO
...|...

Arquitecto Portugues, tem a seu cargo em Luanda, o projecto da Casa Amarela, um dia Liceu Salvador Correia, hoje Escola Mutu-ia-Kevela, que pretendia exprimir a união espiritual que ligava os habitantes de Angola a Portugal.
PROJECTOS
1936|Liceu Salvador Correia ,Luanda, Angola
1953|Praça do Kinaxixi, Luanda, Angola


BNA

BNA
Banco Nacional de Angola

VASCO REGALEIRA, Arquitecto

VASCO REGALEIRA, ARQUITECTO
1897|1968

Arquitecto português, com obra fundamentalmente feita durante o Estado Novo, ficou conhecido como o arquitecto das novas igrejas, por ser responsável pela construção de uma panóplia destes edifícios nas décadas de 40/50.
PROJECTOS
1947|Sanatório D. Carlos, Lisboa, Portugal
1949|Biblioteca Municipal Dr. Jaime Dias, Castelo Branco, Portugal
1951|Igreja de Santo Contestável, Lisboa, Portugal
1955|Igreja de Santo São João de Brito, Lisboa, Portugal
1956|Banco Nacional de Angola, Luanda, Angola

KINAXIXI

KINAXIXI
A vertente mais inovadora, a que denominamos Movimento Moderno, mais influenciada pelo funcionalismo racionalista de Le Coubusier, de planta ao ar livre, terraço-jardim, pilotis e janelas verticais, faz nascer uma arquitectura que rompe com mentalidades do passado para uma libertação revolucionária no modo de pensar, ser, viver e construir. O ícone desta vertente nasce com Mercado do Kinaxixe, pelas mãos do percursor do movimento Vasco Viera da Costa, recentemente demolido para dar lugar a mais duas torres de uma megalómana estrutura comercial accionada pela forte circulação monetária.

MEA

MEA
Este arquitecto teve a seu cargo mais dois edifícios reflexo desta nova arquitectura, em Luanda, falamos do BLOCO MUTAMBA, actual Ministério do Urbanismo e Ambiente na década de 50.

ANANGOLA

ANANGOLA
ANANGOLA, Escola Secundária, década de 60.

Vasco Viera da Costa, Arquitecto

VASCO VIEIRA DA COSTA, ARQUITECTO
1911|1982

Arquitecto português natural de Aveiro, formou-se com Le Corbusier e foi o pai do Modernismo Arquitectónico em Luanda.
PROJECTOS
1950|Mercado do Kinaxixi ,Luanda, Angola
1953|Praça do Kinaxixi, Luanda, Angola
|Edifício Diamang, Rua Lopes Lima, Luanda, Angola
|Edifício Versalles, Avenida Rainha Ginga, Luanda, Angola
1968|Ministério das Obras Públicas, Luanda, Angola
|Escola Inglesa, Futungo de Belas, Angola
|Edifício Diamang, Rua Lopes Lima, Luanda, Angola
|Gedal, Luanda, Angola
|Anangola, Luanda, Angola
|Torre SECIL, Luanda, Angola
|Câmara dos despachantes, Avenida 4 de Frevereiro, Luanda, Angola

BPC

BPC
Banco Poupança e Crédito

JANUÁRIO GODINHO, ARQUITECTO

JANUÁRIO GODINHO, ARQUITECTO
1910|1990

Arquitecto português, com uma visão da arquitectura cada vez mais distanciada do modelo dominante na europa, pretendendo encontrar um equilíbrio entre o contemporâneo e o tradicional, o lugar e o espaço construído, a relação entre o cheio e o vazio, a ocupação, a luz e a criteriosa escolha de materiais.
PROJECTOS
1950|BPC, Luanda, Angola
1951|Palácio da Justiça, Tomar, Portugal
1961|Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, Portugal

Prenda

Prenda
Bairro do Prenda

JOSÉ PINTO DA CUNHA, Arquitecto

JOSÉ PINTO DA CUNHA, ARQUITECTO
19...|19...

Arquitecto português filho de professores da Escola Belas Artes, em Lisboa, foi denominado o aquitecto dos ricos, pelo seu trabalho na área da habitação.
PROJECTOS
1963|Primeiro e inovador dúplex na Avenida Marginal de Luanda
|Bairro Prenda, Luanda, Angola
1967| Rádio Nacional De Angola, Luanda, Angola
|Edificio Cirilo, Rua Major Kanhangulo, Luanda, Angola
Os edifícios de habitação colectiva, ou edifícios públicos mais dinâmico e funcionais, peças com preocupações viradas para o ensombramento, ventilação, são extensões de um Homem que pode ser livre e usufruir do espaço como ferramenta para o seu bem estar, conforto e conveniência. Bom exemplos são o URBANIZAÇÂO DO PRENDA, pelo arquitecto Fernão Simões de Carvalho, HOTEL PRESIDENTE do arquitecto António Campino ou dos irmãos Garcia de Castilho a ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, antigo Cinema da Restauração e dos mesmo o EDIFICIO MOBIL.

Presidente

Presidente
Hotel Presidente

FERNÃO SIMÕES DE CARVALHO, Arquitecto

FERNÃO SIMÕES DE CARVALHO, ARQUITECTO
1929...

Arquitecto angolano, natural de Luanda, estudou Arquitectura em Lisboa e trabalhou no atelier de Le Corbusier, sendo um dos responsáveis pela elaboração do Plano Director de Luanda.
PROJECTOS
1961Plano Director de Luanda
com António Campino, Domingos Silva, Luis Traquelim da Cruz, Fernando
Alfredo Pereira, Rosas da Silva, Vasco Morais Soares.
Mercado do Kaputo
Capela e Apoio de Bairro do Kazenga
Hotel Presidente, Luanda, Angola
PRECOL, Bairro do Prenda, Luanda, Angola
Aeroporto de Luanda, em parceria com Keil do Amaral

Prédio Totobola

ANTÓNIO CAMPINO, Arquitecto

ANTÓNIO CAMPINO, ARQUITECTO
1917|1997

Arquitecto que obteve o 1º lugar no concurso do projecto da Sagrada Família, que considerado demasiado arrojado pelo bispo de Luanda, foi desconsiderado.
PROJECTOS
|Prédio do Totobola, Luanda, Angola
|Auto Avenida, Luanda, Angola
|Comando Naval de Luanda, Luanda, Angola
|Hotel Meridian, Luanda, Angola

Edificios Sonangol, dualidade :Novo e Velho

GARCIA DE CASTILHO, Arquitectos

GARCIA CASTILHO, ARQUITECTOS
1915...

Arquitectos João, Luis e Serafim,de pai agricultor, republicano e com ligações MUD.
PROJECTOS
1951Edifício Sonangol, Luanda, Angola
Assembleia Nacional de Angola, Luanda, Angola
Cine Esplanada Miramar
Casa Americana
Cinema Avis
Edifício Coqueiros
Edifício Idelfonso Bordalo

dualidades

dualidades
O pensamento modernista não se fica obviamente pela arquitectura: na construção de uma nova vida os pilares tem que ser o fundamento de um crescimento resistente e sustentável , onde é necessário estabelecer fronteiras de uma cidade, zonamento, funcionalidade, e para isso nasce em 1956 o Plano de Urbanização de Luanda, que infelizmente não teve o devido impacto muito pelo rápido crescimento da economia, que resultou num excesso populacional e uma necessidade que a cidade teve de crescer em dimensão, mas que a massa humana não acompanhou.

Crescer

Crescer
Crescer

homem do gás

homem do gás
Homem do gás

fim1

fim1
Existe uma razão lógica para que a mudança seja feita com um faseamento que permita a adaptação: não se pode esperar que uma súbita mudança, um salto no processo da adaptação das classes sociais e da riqueza existente, aconteça sem reflexos negativos. Obrigar gerações que ainda hoje se baseiam numa realidade mais agrícola/piscatória de subsistência familiar, a serem adaptadas a uma realidade que nunca viveram, a um ocidente com outras necessidades, onde o que fala mais alto é o valor da moeda em vez do valor humano.

fim2

fim2
Isto reflecte-se na Luanda de hoje, onde a paisagem é tão díspar como é uma conversa entre uma criança e um adulto. Pergunto-me muitas vezes se, dado que estamos a criar uma realidade nova em nosso proveito, não deveríamos já ter aprendido com o passado a respeitar e a adaptar também a nossa saciedade de poder financeiro, e voltar um pouco, olhar com humildade e reaprender o que de mais básico e humano tem, quem é feliz com tão pouco. Melhor dizendo, tão feliz com tão pouco. Mas isto é tema para outro Blog.

LUANDA BY NIGHT

LUANDA BY NIGHT
Quando cai a noite, e ainda é de tarde, não sendo tarde a cidade ilumina-se numa tranquilidade apenas interompida pelo vento quente, que conta histórias de um dia passado, cansado, para adormecer as gentes que o fizeram.

marginal

marginal
Praia do Bispo | Nova Marginal

marginal2

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Luz do Porto

imagm3

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Luz na margem

mareg 4

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Mutamba: BESA velho olha o novo BESA.

margial - gelados

margial - gelados
Vendedores de gelados

MAGINAL 2

MAGINAL 2
Conversas à margem.

MARGINAL3

MARGINAL3
Nova margem.

MARGINAL4

MARGINAL4
Vista marginal

MARGINAL5

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Passeio à margem.

marginal6

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GET MOVING!

MARGINAL 7

MARGINAL 7
Banco Nacional de Angola.

MARGINAL8

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Passeios.

MARGINAL 9

MARGINAL 9
Luzes na cidade.

OUTRA HISTÓRIA

OUTRA HISTÓRIA
A CAMINHO DE FERRO ATÉ MALANGE
Fantasma cidade combóio1852…1957?

Conta-se que a cidade surgiu com a presença regular de uma feira de trocas comerciais, que devido assiduidade e frequência levaram ao estabelecimento da população nómada e ao seu consequente crescimento, que resultou na constituição da paróquia de Nossa Senhora de Assunção, criada a 10 de Março de 1957, pelo então governador-geral de Angola, Coelho do Amaral.

N´Dalatando
Regada pelo Rio Malange, sendo a única cidade do planalto, como qualquer cidade de interesse comercial, possui um presidio e um forte, do qual hoje já não se vêm nem se adivinham formas, que tiraram o lugar ás casas de colmo, nobres e orgulhosas, que nos parecem naturalmente fazer parte da paisagem, e pintam o caminho quando nos afastamos dos grandes centros de comércio.

Casas de Colmo
O caminho percorrido é cheio de recantos que mais parecem a entrada para uma história de magia, com portas de entradas para submundos, que a qualquer momento irão revelar escondidos no seu verde húmido, duendes e fadas da floresta, e protegem a maravilhosa terra da Palanca Negra, a ser repovoada na reserva natural uma vez que esteve perto da extinção.

Dondo
As Pedras Negras do Pungo Andongo aparecem numa paisagem contrastante, de tranquilidade e silêncio extremo, contrario ao da grande cidade de Luanda, como que a recuperar de todo o conhecimento milenar, a escutar os lamúrios da terra, que enterra os desesperos da humanidade.

O silêncio dos Gigantes

SOBERANIA DE SOBA

Existem dois tipos de Sobas, o Soba Grande e o Soba.
O Soba Grande, é o Soba que lidera os outros Sobas na comunidade. Este tipo de hierarquia é muito tradicional, por isso muitas vezes é difícil de definir claramente os papéis e as responsabilidades de cada um, já que estão interligados pela cultura e contexto locais.Em determinadas regiões de Angola há um conselho de Sobas que escolhe o Soba, noutras a sucessão é realizada por linhagem em que o sobrinho, filho de uma irmã, toma o lugar do seu tio por morte deste.

Hierarquia: o posto da idade.
Deixam correr por entre as suas fissuras os pecados do Homem, permitindo purificar a sua alma e a sua coragem nas potentes Quedas de Kalandula, onde parece que toda a ira foi descarregada num ensurdecedor embater da água no leito do rio que sê vê a correr, ao longe, para alimentar ao longo do seu curso, as populações adjacentes.

Kalandula

MALANGE

Hoje a cidade negra e a cidade branca, já se fundem em carcaças que morreram juntas para dar lugar a um fervilhão de sons e movimentos, de uma população ainda sustentada pelo comercio e pelo pouco turismo, que perde grande oportunidade, de mostrar as suas linhas de ferro, escondidas pelo capim, a nascer desde a altura em que o café deixou de ser a paisagem visível e o alimento rico da população.

Malange
Restam os enferrujados elementos, espalhados e escurecidos de uma cidade que se ligava a todo o vapor com Luanda, e o que a natureza deixou crescer e que as formas deixam adivinhar todo a imponência da natureza dos elementos: fogo e ar ladeiam a Terra em pedra que rebenta silenciosamente as planícies em Pungo Andongo que faz forte contraste com a violência das águas em Kalandula.

Caminhos de ferro
CAPITULOS DE INTERESSE
1671|Criação do presídio de Pungo Andongo.
1838|Criação do presídio de Calandula.
1843|Deslocação do deslocamento militar para o Lombe.
1852|53 O Soba aceitou a presença dos primeiros comerciantes, como moradores.
1852|Foi criada uma feira e a paróquia de Nossa Senhora de Assunção.
1861|62 Guerras na região do Cassange deixam Malanje esquecida e "retalhada" por concelhos.
1862|Foi fundado o Forte de Malanje.
1910|Chega a linha do Caminho-de-Ferro de Luanda, que liga Malanje a Luanda.
1933É concedida a Malanje a categoria de Cidade.
1975|É iniciada uma revolta em Malanje contra os portugueses que, através de um efeito cascata, transforma-se na luta pela Independência de Angola.
1992|Caminho-de-Ferro de Luanda é destruído com a retomada da Guerra Civil Angolana
2002|Fim da Guerra Civil Angolana.
2010|Caminho-de-Ferro de Luanda é restaurado permitindo escoamento de produtos agro-pecuários e minerais.

Agradecimentos:

A todo as pessoas que perderam algum tempo a contar-me uma história, ou duas, ou muitas separadamente, em especial ao meu Tio Carlos, onde em cada memória vivida eu revejo História.
Um muito e sentido obrigado, á Dr.a Rita Soares que me deu a conhecer o orientador livro MODERNISMO LUANDA pelo GOETHE INSTITUT.

O ìnicio

Esta ideia surgiu da voz de outra pessoa de olhar atento que me questionou se não seria uma boa ideia relatar esta cidade pelos meus olhos no sentido de me ocupar, sabendo eu que o intuito era plantar a semente que começou logo em estufa a crescer, fervilhando de possíveis flores e frutos que queria partilhar com quem por aqui passasse.

Não pretendo ser palavra unilateral muito menos inabalável, acredito que muito mais haja por dizer porque a pesquisa nunca termina, mas quero, acima de, tudo partilhar o que de bom esta cidade tem com quem tende a não ver para além do pó.

Acerca de mim

A minha foto
Arquitecta licenciada pela Universidade Lusiada de Lisboa, Portugal, com 10 anos de experiência no mercado da arquitectura e outros mercados paralelos que acredito façam a nossa cultura, que desencadeia a nossa criatividade. CV E PORTEFÓLIO EM: http://portefoliocucafrechespt.blogspot.com/
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